No primeiro ou no segundo andar há um funcionário escondido de seu turno de trabalho, há três horas confabulando fantasias, sonhando acordado, fumando cigarros, sentindo - ligeiramente molhado, ligeiramente despercebido - o cheiro da chuva.
Em ruas distantes que parecem abandonadas se escondem inocentes, ainda que intuitivamente: aguardam silenciosamente os três bandidos passarem em um carro sinistro cujo ronco parece um aviso.
Sobre grades iluminadas se senta uma menina e lhe transmite todo o veneno de que você precisará nos próximos três anos - ou seria para o resto da vida?
(Bárbara Angelo)