31 de jan. de 2012

Se eu posso pensar que Deus sou eu... e brluu e tcha tcha tcha

Dizem que sou louco por pensar assim. Mas “assim” como? Digo: o que é “pensar assim”? O que é “pensar”? Penso, logo penso que existo! Mas quem exite? Eu! Eu quem? Você! Você?! Não, você! Você “eu”? Isso! Eu sou você então?! Neste caso sim. Hum... interessante. O que somos nós? Digo “eu”. Você é isso tudo o que sente e pensa. O que absorve o mundo e o sustenta, o que permite ao mundo “ser”. Ele só é porque você o sabe assim. O que seriam das estrelas sem os poetas e os amantes? Apenas matéria luminosa que não brilha em olhos algum. Não, nem isso, essa é a estrela dos físicos, ou dos (não)físicos que habitam o “universo sem olhos”. Grande bosta: meu canto “te” engrandece mas não muda o que és... “Há de surgir uma estrela no céu cada vez que ocê sorrir”... Não sorrio mais não, que esse mundo que absorvo me absorve totalmente.

Sou a capacidade de sentir o mundo. Ou "mundo" é capacidade de sentir? _“Quando eu morrer, morre comigo um certo modo de ver” diria Drummond... Talvez eu seja Deus, o mundo e todas as coisas que são em mim. Mas descartando essa “bobagem” solipsista, eu sou apenas reflexo, um espelho distorcido da realidade, coexistindo, como um Deus que seja imanente, que só é perante sua criação, que não pode ser sem se relacionar, sem diferença. Sou sua imagem e semelhança, sou Deus, sou uma fruta gogóia, sou Helana de Tróia, se eles são famosos sou Napoleão, e onde queres família sou maluco. Mas no fundo, sou nada não, senhor, muitíssimo obrigado!

(Rafael Barros)