17 de abr. de 2012

Janelas: Sobre três delas

Estava frio na rua, aquela janela não precisava estar tão aberta. Mas estava, porque aquela janela não era de ninguém. No corredor do prédio o vento soprava e já era tarde. De suas camas os moradores o ouviam sibilando através das frestas das portas de suas salas.


 Milena gostava de olhar as estrelas deitada em sua cama, por isso sempre dormia com as cortinas abertas. Enqüanto espichava o cobertor ela já sonhava: com as aulas no dia seguinte, com o cinema no fim de semana, com o próximo dia dos namorados, com sua festa de formatura.


Lá fora: estaria mesmo nublado? Talvez o sol já houvesse aparecido, o tempo mudava tão rápido. Que horas eram mesmo? O tempo passara assim, já haviam alguns dias. Não era bom nem ruim.


(Bárbara Angelo)